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Led Zeppelin lança documentário com show de 2007

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Publicado em 11/10/2012 às 12:04
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Os jornalistas enlouqueceram, aplaudiam cada frase e cada música do filme como se estivessem em uma matinê. Agradeciam reiteradamente aos músicos por terem lhes dado tal privilégio, pediam autógrafos e mandavam beijos. Brigavam entre si para fazer perguntas ou para qualificar as perguntas. Quando um jornalista da CNN perguntou "por que seria tão duro para vocês se reunir de novo?", um colega fotógrafo berrou lá no fundo do auditório do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York: "Eles já responderam isso um milhão de vezes, senhor!".

Após um longo silêncio meio constrangido da banda, a resposta de Robert Plant não deixou margem para dúvidas. "Nós sabemos por que não", afirmou, olhando para o rapaz da CNN. Mas é de fato incompreensível: o resultado alcançado pela reunião do grupo britânico Led Zeppelin, em 10 de dezembro de 2007, um único show no O2 Stadium, em Londres, foi de altíssimo nível e sua relação pessoal também parece muito cavalheiresca.

Vinte milhões de pessoas tentaram ver a reunião do Led Zeppelin em 2007, em Londres, mas só 18 mil conseguiram. Foi o maior afluxo de pessoas (pela internet) para um show de rock em toda a história do gênero. Na terça-feira, em Nova York, os protagonistas daquela façanha, Robert Plant (vocal), Jimmy Page (guitarra), John Paul Jones (baixo e teclados) e Jason Bonham (bateria), lançaram pessoalmente o filme de duas horas e 5 minutos que registra aquela performance. Quer dizer: mais se divertiram do que explicaram.

"Celebration Day", o filme de Dick Carruthers que registra aquela que talvez seja a última performance do grupo (seu primeiro show como headliner em 27 anos), será lançado mundialmente no próximo dia 17 em mais de 40 países, incluindo o Brasil. Também sairá em DVD, Blu-Ray, vinil. É o show filmado de cabo a rabo, sem entrevista, sem bastidores, e só foi possível fazê-lo porque o grupo teve os corações amolecidos após a morte de Ahmet Ertegun, o fundador da Atlantic Records, um querido amigo, e resolveu fazer um show para homenageá-lo. "Uma das melhores coisas do mundo era assinar um contrato com a Atlantic Records", disse Robert Plant.

Irônicos, mordazes (John Paul Jones só disse umas quatro frases completas), contaram que ensaiaram em Shepperton durante seis semanas para o show. Jason Bonham (filho de John Bonham, baterista do grupo que morreu em 1980) contou que já tinha tido mais de uma chance de tocar com os músicos, mas que ficou tocado com o concerto, especialmente porque era um show completo, bem acabado, sem ser em um festival. "Como Jason, eu também estava maravilhado em tocar com o Led Zeppelin", confessou Plant, acrescentando que o documentário anterior de 1976 sobre o Zeppelin "jamais conseguiu capturar a sutil comunicação entre os integrantes" da banda.

No show, Robert Plant (que está a caminho do Brasil para cantar com sua banda) exibe um cabelo dourado que parece um tesouro maia, mas na coletiva ele estava com o cabelo grisalho, sem pintar, amarrado, segurando papéis, quase um anti-star. "Nós só queríamos fazer isso direito, e mostrar para os mais jovens, que só tinham ouvido falar da gente, do que se tratava", disse Page. O filme, para quem gosta de Led Zeppelin, é um milagre sonoro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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