Exposições

Museus sentem falta de maior divulgação para ampliar público

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 22/09/2016 às 21:52
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MAMAM recebe entre 1.500 e 2.000 pessoas por mês. / Foto: PCR.

MAMAM recebe entre 1.500 e 2.000 pessoas por mês. Foto: PCR.

A décima edição da Primavera dos Museus, que termina no próximo domingo (25), é um evento criado pelo Instituto Brasileiro de Museus para divulgar as instituições. E esse último verbo - divulgar - é o 'calo' desses equipamentos, de acordo com seus próprios gestores. Com pouca divulgação não se cria o hábito e algo que poderia atender aos mais variados públicos torna-se quase exclusivo para turistas e excursões de escolas.

"Nossa média fica entre 1.500 e 2.000 pessoas por mês. É abaixo do que queríamos. Tivemos algumas exposições com bastante gente como a de Rodin. Mas houve mais mídia, até com outdoors", diz a diretora do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), Beth da Matta.

Na comparação que ela faz com a Galeria Janete Costa e o Paço do Frevo é possível notar que os dois espaços de maior sucesso - o Paço teve média de 10 mil visitantes por mês no primeiro ano de vida - conseguem mais visibilidades por estarem atrelados a locais de lazer. "Existe um potencial incrível como vemos com a quantidade de visitas que recebem o Paço do Frevo e a galeria Janete Costa, que fica dentro de um parque (Dona Lindu)". O Paço do Frevo está no Bairro do Recife.

A diretora do Museu da Cidade do Recife, Betância Correia, tem uma opinião parecida. O equipamento, segundo ela, tem uma média que vai de 1.500 a 1.800 pessoas por mês, número que poderia aumentar se houvesse um trabalho para aproveitar o fluxo de cidadãos que usam a ciclofaixa aos domingos. "Estamos abrindo aos domingos há um ano e a média desses dias é de 50 pessoas. A ciclofaixa passa aqui na porta mas as pessoas não entram", lamenta.

Visitas

Beth diz que o trabalho para aumentar o público do MAMAM é tão grande que eles já fazem o caminho inverso com as escolas: é a instituição que faz o convite, principalmente às escolas particulares, a grande ausência. "Temos muitas visitas de escolas municipais e estaduais. O que sentimos falta é das escolas particulares. Ligamos, procuramos e lamentamos não termos tantas excursões delas".

No Museu do Recife, a maior parte do público divide-se em três segmentos: turistas nacionais, turistas estrangeiros e escolas. Porém, diferente do MAMAM, as escolas privadas estão sempre por lá. "Recebemos muitas escolas particulares, inclusive do interior do Estado", diz Correia.

Estado

Torre de Malakoff jpa recebeu mais de 20 mim visitantes este ano.

Torre de Malakoff jpa recebeu mais de 20 mim visitantes este ano.Foto: Secretaria de Cultura do Estado.

As obsevações das duas gestoras dos equipamentos municipais encontra eco nos números fornecidos pela Secretaria de Cultura do Estado para seus museus. O Museu do Estado de Pernambuco, localizado numa via de grande fluxo, a Avenida Rui Barbosa, perde de goleada para a Torre Malakoff, no coração do Bairro do Recife. O MEPE apresenta uma média, este ano, de 1.128 visitantes por mês. Na Malakof são 2.715. Também temos que levar em consideração o custo. No Museu do Estado a entrada é paga (R$6 e R$3) contra a gratuidade

Outro museu bem visitado é o do Trem/Estação Capiba. Inaugurado em 2014 apresenta uma média de 2.531 pessoas entre os meses de janeiro e agosto deste ano

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