Em turnê no Recife

"Eu ralei muito e continuarei ralando", diz Eva Wilma sobre carreira de 60 anos

Isabelle Figueirôa
Isabelle Figueirôa
Publicado em 31/07/2014 às 12:11
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Azul Esplendor chega ao Recife para duas apresentações neste sábado (2), às 21h, e domingo (3), às 20h, no Teatro RioMar / Foto: João Caldas/ divulgação

Azul Esplendor chega ao Recife para duas apresentações neste sábado (2), às 21h, e domingo (3), às 20h, no Teatro RioMar Foto: João Caldas/ divulgação

"Eu tinha 19 anos e fazia o papel da mocinha da peça. Não era um papel muito grande, mas era importante e a peça foi um sucesso. Eu era viçosa, alegre, ligeira como uma gazela e ... que corpinho! Como eu era elegante. Mas eu não era só bonita, era também uma boa atriz. Recebi muitos convites para trabalhar e acabei me transformando numa estrela. Logo vieram a televisão e também o cinema. Fiz alguns bons filmes, muita televisão e grandes peças de teatro". O depoimento é de Blanca Estela, mas poderia ser da atriz Eva Wilma, que interpreta essa grande dama do teatro no espetáculo Azul Resplendor. A peça chega ao Recife para duas apresentações neste sábado (2), às 21h, e domingo (3), às 20h, no Teatro RioMar.

Protagonista de grandes mulheres da televisão e dos palcos brasileiros, a atriz Eva Wilma celebra 60 anos de carreira e 80 de vida em 2014 com uma turnê nacional da peça, escrita pelo peruano Eduardo Adrianzén. Longe de incorporar a soberba que mancha algumas celebridades, Eva explicou sua relação com a personagem Blanca. "Somos bem diferentes na essência, mas há falas dela que poderiam muito bem ser minhas", disse. Por telefone, pedi para Eva exemplificar essa semelhança, foi quando ela narrou o trecho que abre a matéria. "É quase real, é a pura verdade. Em 60 anos de carreira, ralei bastante e continuarei ralando, para falar numa linguagem jovem" completou.

João Caldas/divulgação
Antônio Balaguer (Guilherme Weber) é o maior diretor teatral da atualidade - João Caldas/divulgação
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Blanca Estela (Eva Wilma) é uma grande dama do teatro - João Caldas/divulgação
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Eva Wilma celebra 60 anos de carreira e 80 de vida - João Caldas/divulgação
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Eva Wilma divide o palco com Genézio de Barros (e), Guilherme Weber (d), Luciana Borghi (alto esq), Débora Veneziani (alto dir.) e Felipe Guerra - João Caldas/divulgação


Eva Wilma esteve no Recife há cerca de dois anos com a exposição História dos 70 anos da TV Brasileira. Antes disso, porém, ela veio para apresentar a peça O manifesto, com o ator Othon Bastos. Mais do que uma relação profissional, ela tem com o Recife laços afetivos. "Meu marido Carlos Zara [falecido em 2002] falava muito de Hermilo Borba Filho. Foi responsável pela formação dele como ator, diretor e produtor. Hermilo foi grande referência para nós", declarou a atriz.

Eva Wilma divide o palco com os atores Genézio de Barros, Guilherme Weber, Luciana Borghi, Débora Veneziani e Felipe Guerra. A direção é de Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas. A comédia possui uma rara combinação entre humor ácido e delicadeza.

AZUL RESPLENDOR - Blanca Estela Ramírez é uma grande dama do teatro, entre 70 e 80 anos, afastada de seu ofício há mais de 30 anos. Inesperadamente, ela recebe a visita de um fã-ator que escreveu uma peça em memória da mãe falecida. Ele decide procurar Blanca para convidá-la a retornar aos palcos como protagonista de sua obra. "A peça é um retrato das artes cênicas, do fazer teatral", contou Eva.

Por razões que só ficarão claras no final da peça, Blanca decide aceitar a proposta, desde que a peça seja dirigida por um nome de peso. É convidado, então, o maior diretor teatral da atualidade, que promete surpreender o público montando "o espetáculo da década".

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