Crítica

Guardiões da Galáxia: Marvel prova que lado B também funciona nos cinemas

Thiago Wagner
Thiago Wagner
Publicado em 01/08/2014 às 10:40
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Humor, ação, drama e até a trilha sonora estão bem equilibrados na película. Nada entra de repente assustando o público. Tudo tem sua medida no filme. / Foto: divulgação

Humor, ação, drama e até a trilha sonora estão bem equilibrados na película. Nada entra de repente assustando o público. Tudo tem sua medida no filme. Foto: divulgação

Desconhecidos da maior parte do público brasileiro, os Guardiões da Galáxia são a aposta mais ousada da Marvel até o momento. O grupo espacial não possui a mesma fama de heróis como Homem de Ferro, Capitão América e até mesmo Thor. Errar a mão neste filme poderia ser o sepultamento de uma franquia, antes mesmo de ela começar. A ousadia do estúdio, porém, foi mais uma vez acertada dentro do planejamento de expandir o seu universo de personagens dos quadrinhos. Mesmo sendo do Lado B do mundo das HQs, Guardiões da Galáxia consegue prender o público. Para isso, usa vários elementos que vão muito além da simples história, que por si só já é boa. O filme é mais uma, talvez a melhor, bola dentro da Marvel nos cinemas.



No entanto, de nada iria adiantar jogar os diferentes artifícios para a audiência, sem equilíbrio. Neste ponto, entra em ação as mãos do diretor James Gunn, que dosa bem cada elemento do filme. Humor, ação, drama e até a trilha sonora estão bem equilibrados na película. Nada entra de repente assustando o público. Tudo tem sua medida no filme. O humor, por exemplo, que é mais aberto em relação aos outros personagens da Marvel, é controlado para não virar um pastelão. Isso faz com que o expectador saiba o momento de rir e o de torcer pelos mocinhos.



A química do quinteto principal também é excelente. Todos fazem de tudo um pouco, uns mais e outros menos, é lógico. No começo, Peter Quill (Chris Pratt), Drax (Dave Bautista), Gamora (Zoë Saldana), Rocket Raccoon (voz de Bradley Cooper) e Groot (voz de Vin Diesel) não se entendem muito, bem ao estilo Vingadores. Só que ao contrário dos heróis mais famosos, o alívio cômico tem maior peso, com destaque para a interação de todos os personagens com Groot - a árvore que só fala uma frase: eu sou o Groot. O detalhe é que a relação dele com o restante da equipe lembra muito outro monstro grandalhão dos cinemas: o Chewbacca, de Star Wars. Mérito para Vin Diesel, que gravou vários tipos de entonações para a única frase dita em todo o filme. Em certos momentos dá até para entender a mensagem que ele quer passar.

Já o outro monstrinho da equipe, Rocket Raccoon, promete nos conquistar pelo falatório e sacadas que amenizam os momentos de tensão do filme. Dele partem os principais planos do time e as melhores cenas de ação.

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Como todo filme de herói, há uma mensagem positiva bem ao estilo lição de vida. No caso de Guardiões da Galáxia é a ideia de que por mais que coisas ruins tenham ocorrido no passado, sempre há tempo para esperança e uma segunda chance. Isso é o que acaba unindo o grupo no fim das contas. Todos superam as pancadas da vida, se unem e lutam por um objetivo em comum, que é proteger a galáxia, ou parte dela. É o momento alto do filme, que mesmo na hora de falar sério tem sua dose de humor.

No aspecto técnico, o filme mantém o alto padrão Marvel no que diz respeito aos efeitos especiais - nem há muito o que falar. Os duelos espaciais e os monstros do filme nos convencem sem questionamentos. O destaque mesmo da parte técnica vai para a trilha sonora, que não é apenas um monte de músicas de fundo das quase duas horas de película. A trilha é tão personagem quanto Peter Quill e tem sua importância assim como outras referências culturais, que dão um ar retrô ao filme.

Com tantos aspectos positivos, acaba que você nem nota a passagem do filme. Ao final, você sente gosto de quero mais e torce para que os outros filmes da Marvel cheguem logo. E agora esse universo está expandido com mais uma peça do quebra-cabeça, que é Guardiões da Galáxia. O expectador mais atento vai notar as referências a Thor e aos Vingadores durante o filme e vai ficar mais ansioso para o encontro das duas equipes no futuro, ainda mais se a Marvel continuar acertando a mão assim. Só nos resta aguardar, e torcer para tudo dar certo.

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