Sexualidade

Homens e mulheres mentem quando o assunto é sexo, revela pesquisadora

Mariana
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Publicado em 02/06/2015 às 21:32
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Em geral, homens aumentam o número de parceiras que tiveram durante a vida enquanto as mulheres reduzem este dado / Arte: Guilherme Castro/NE10

Em geral, homens aumentam o número de parceiras que tiveram durante a vida enquanto as mulheres reduzem este dado Arte: Guilherme Castro/NE10

Número de parceiros sexuais, quantidade de relações por semana, tamanho do pênis, orgasmos. Uma pesquisadora da Universidade do Estado de Ohio, nos EUA, identificou que homens e mulheres mentem nas pesquisas realizadas por diversos institutos com o intuito de conhecer melhor a vida sexual das pessoas.

Ao identificar divergências em levantamentos, a psicóloga Terri Fisher reuniu 140 participantes que responderam às mais diversas questões sobre sexo. Na primeira rodada de perguntas eles responderam sem achar que estavam ligados à uma máquina da verdade (polígrafo). Na segunda, no entanto, foram avisados que estariam conectados ao equipamento, embora não fosse verdade. Desta vez, as perguntas tiveram respostas diferentes.

“Quando as pessoas pensam que precisam ser verdadeiras suas respostas sobre o comportamento sexual mudam. As diferenças de gênero diminuem. O contexto impacta muito no que as pessoas contam ou deixam de contar”, avaliou a pesquisadora norte-americana.



Em geral, os homens aumentavam o número de parceiras que tiveram durante a vida enquanto as mulheres reduziam este dado. Outro ponto divergente é a qualidade do sexo: na maioria das vezes todos aumentam a quantidade de vezes que conseguem chegar ao orgasmo, dando a entender uma vida sexual é ‘perfeita’. No entanto, esses dados oscilam quando a pesquisa é feita pessoalmente ou pela internet e de forma anônima.

No Brasil, por exemplo, três pesquisas distintas (Mosaico Brasil, Datafolha e Durex Survey) que tinham o intuito de traçar a frequência das relações sexuais e do orgasmos entre homens e mulheres brasileiros mostram dados diferentes, mesmo tendo sido feitas na mesma época.

Para a psicoterapeuta e educadora sexual Silvana Melo, o tema sexualidade sempre esteve envolto em um tabu, principalmente por parte do homem. Além disso, o tema também esteve relacionado ao símbolo de poder. “No caso do homem, o pênis sempre ereto e o grande número de relações ou parceiras é sinal de status. Já as mulheres, desde a revolução sexual, sofrem a pressão para serem desinibidas, relaxadas e alcançarem o orgasmo”, ressaltou a especialista.

Já com relação aos dados das pesquisas, embora reconheça a disparidade entre os números, Silvana Melo acredita que tudo depende da forma que o estudo foi conduzido, além da classe social e região em que mora. “Existem diferenças entre as pessoas de diversas partes dos País, por exemplo. Mas é importante que a identidade das pessoas que responde essas perguntas seja mantida em sigilo para evitar que ela tema se expor, garantindo a confiabilidade das informações”.

A educadora sexual ainda alerta: no campos da sexologia, não há certo ou errado. Quando se trata de sexo, mesmo no campo de quantidade de relações na semana, que é um tema muito debatido, existem muitas variáveis para que haja um padrão. Há casais que têm desejo todos os dias, assim como tem aqueles que só têm vontade de fazer sexo uma vez por mês. Mas se quiser saber uma média, de acordo com a experiência clínica do dia a dia, posso dizer que a maioria deixa para fazer amor nos fins de semana, principalmente por causa da rotina corrida.”

 

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