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Brinquedos eróticos podem ser boa opção para o Dia dos Namorados

Rafael Paranhos
Rafael Paranhos
Publicado em 04/06/2016 às 21:03
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Cerca de 70% dos clientes dos sex shops são formados por mulheres, segundo mercado erótico do País / Foto: Rafael Paranhos/ NE10

Cerca de 70% dos clientes dos sex shops são formados por mulheres, segundo mercado erótico do País Foto: Rafael Paranhos/ NE10

Com o passar do tempo a relação pode até cair na rotina, não tendo o mesmo fogo no início do namoro, casamento ou outra denominação mais moderna. Faltando pouco tempo para o Dia dos Namorados, uma das alternativas para (re)aquecer o relacionamento são os apetrechos sexuais para não deixar as chamas virarem cinzas.

Se para muitos conversar sobre sexo ainda é um tabu, para outros a relação tem que ser esquentada com acessórios extras para estimular a libido entre quatro paredes. É o caso de *Suzana Maranhão, de 51 anos, que prefere inovar. "Utilizar brinquedos ou fantasias faz parte do prazer, porque estimula a mudar e não ficar na mesmice. Gosto sempre de renovar as ideias para a relação ficar melhor, inclusive, você fica com mais tesão", admitiu. 

Ela ainda conta que não há idade para realizar fantasias com o parceiro. "Não tenho vergonha nenhuma. Quando era mais nova, eu era mais recatada, hoje sou mais feliz porque não havia descoberto (esse prazer)", confessa ao experimentar uma fantasia de gueixa. Suzana também diz que sempre frequenta os sex shops para comprar itens como estimulante clitoriano, gel e bolinha do prazer para utilizar com o parceiro.

Já *César Henrique, militar do Exército, 24, investiu R$ 1,9 mil em acessórios sexuais para tentar reatar os laços com a ex-namorada, de quem está separado há seis meses. "Por enquanto, estou apenas ficando com ela, mas quero impressionar com os acessórios que comprei. Tudo isso porque meu namoro esfriou e fiz besteira", frisou. Na bolsa, César levou diversos apetrechos como algemas e jogos sexuais, além de uma fantasia de gueixa, entre outros.

Cecília Cavalcanti, gerente da loja Doce Pimenta, no bairro da Torre, na Zona Norte do Recife, explica que os produtos mais procurados são os géis orais e anais, anel peniano, além de fantasias de gueixa, universitária, enfermeira e policial. "Nós recebemos um público misto: mulheres e homens (héteros e gays). Das pessoas que vêm aqui, a maioria é o público feminino", conta. Ela também aponta que a idade varia entre 18 a 80 anos.

Para fugir do tradicional na hora H, as mulheres, segundo a gerente, procuram mais acessórios como excitantes, fantasias e vibradores. Enquanto os homens vão em busca de masturbador masculino, excitante e retardante. Cecília revela que, na maioria das vezes, os apetrechos são usados para satisfazer as fantasias do parceiro.  

COMPRAS ONLINE - Quem ainda fica intimidado em comprar acessórios sexuais em lojas físicas, pode encontrar a possibilidade de comprar por meio de sites especializados. As embalagens, segundo garantem as empresas, são totalmente seguras e discretas, uma vez que não há nenhuma descrição relacionada ao nome da marca ou ao tipo de produto. Para quem está pensando em ficar preocupado com as faturas, as empresas também garantem total sigilo os itens comprados tanto em lojas físicas quanto em lojas virtuais não são inseridos na guia de pagamento.

 

ORIENTAÇÃO PARA QUEM PENSA EM USAR OS SEX TOYS - A jornalista e educadora sexual Julieta Jacob explica que há inúmeros brinquedos sexuais para serem utilizados na hora do sexo, mas a relação não deve ser apoiada apenas nos acessórios. "Para mim, a ordem é inversa: é justamente um relacionamento quente e com boa intimidade sexual que permite o casal a liberdade de fazer ajustes, adaptando a transa para que fique mais gostosa para ambos", afirma. Ela conta que o casal deve testar os itens aos poucos para que a descoberta seja mais divertida. Para orientar os interessados, o NE10 conversou com a educadora para dá dicas de como (re)aquecer o relacionamento.

» Quando o relacionamento está frio, qual a dica para esquentar?

Nesse Dia dos Namorados, converse com o seu parceiro(a)! Pergunte o que excita, se tem algum fetiche, qual a posição preferida para gozar, se tem algo que ainda não realizou, mas tem vontade... esteja aberto(a) para ouvir e também para falar. Dê de presente um pouco da sua bagagem erótica e receba o mesmo em troca.

» Os brinquedinhos também podem ser considerados alternativos para esquentar o relacionamento?

Sim, existem sex toys muito legais e muito úteis no sexo. A oferta de produtos é imensa, mas não precisa se desesperar. O casal pode ir testando aos poucos, como se fosse um parque de diversões, para descobrir quais são os "brinquedos" mais divertidos. De maneira geral, investir num bom vibrador já é um ótimo começo. 

» Qual a orientação para quem ainda tem pudor de experimentar produtos eróticos? 

Se existe curiosidade, mas a vergonha impede de experimentar um sex toy, é preciso questionar essa vergonha, pois geralmente ela vem da forma equivocada como a gente ainda encara o sexo e a sexualidade. Ninguém deveria sentir vergonha de descobrir o seu prazer, de cuidar de si e do seu bem-estar. Se tiver vontade, recomendo ir a uma sex shop e fazer uma espécie de laboratório.

Muitos possuem corantes, aromatizantes e podem provocar alergias e irritações na mucosa vaginal, por exemplo, ou mesmo desequilibrar o PH da região. Outro cuidado é com o uso de produtos que anestesiam a região íntima, pois a perda de sensibilidade pode fazer com que a pessoa se machuque (fissuras) e não perceba. Em relação aos toys usados para o sexo anal, é muito importante que sejam flexíveis para não quebrar e tenham a base mais larga para evitar que fiquem preso no reto, o que seria uma situação grave e a pessoa teria que ir a uma urgência médica. Geralmente os plugs anais são os mais indicados e seguros.  

*O nome dos personagens da matéria foram modificados a pedido deles, pois preferem preservar a identidade para não expor a intimidade.

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