Para a edição deste ano, Nobel recebeu 259 propostas de nomes e reduziu a lista para 198 Foto: AFP
No anúncio, a organização do prêmio justificou sua escolha dizendo que a escrita de Alexievich é "polifônica", um "monumento do sofrimento e da coragem no nosso tempo".
Voltada para a literatura de não ficção, a obra de Alexievich consiste numa coleção de relatos de pessoas que enfrentaram o colapso da União Soviética e testemunharam, muitas vezes à sombra da morte, a efervescência sociopolítica daquele período.
Alexievich era a favorita à honraria nas casas de apostas da Europa e EUAFoto: AFP
Em entrevista nos bastidores da cerimônia, a representante da Academia Sueca, que concede o prêmio, mencionou justamente o mapeamento do indivíduo soviético e pós-soviético traçado pela obra da jornalista.
"Não é só uma história dos eventos, mas das emoções. É um mundo emocional. Os fatos históricos em seus livros, como o desastre de Chernobil ou a guerra soviética no Afeganistão, são apenas pretextos para explorar os indivíduos", afirmou. "Desse modo, ela oferece uma história do ser humano e, ao mesmo tempo, uma história das emoções, uma história da alma."
Para escrever seu livro mais famoso, "Vozes de Chernobil", Alexievich entrevistou mais de 500 testemunhas da maior catástrofe nuclear da história.
HONRARIA - Concedido pela Academia Sueca, o Nobel premia um escritor por ano com 8 milhões de coroas suecas (R$ 3,7 milhões) pelo conjunto de sua obra.
Para a edição deste ano, a instituição recebeu 259 propostas de nomes e reduziu a lista para 198.
Como prevê o regulamento, as sugestões foram feitas por membros da entidade, escritores já premiados com o Nobel de Literatura e professores universitários convidados.
Os últimos a receberem a honraria foram Tomas Tranströmer (2011), Mo Yan (2012), Alice Munro (2013) e Patrick Modiano (2014).
Em língua portuguesa, apenas José Saramago foi laureado, em 1998.