Amigos, familiares e admiradores estiveram presentes na Alepe para o velório Foto: Marília Banholzer/NE10
Por volta das 9h, um culto ecumênico foi celebrado por um pai de Santo, um padre e uma pastora evangélica para encerrar o velório. O corpo de Naná Vasconcelos deixou a Alepe ao som da música "Asa Branca" e o caixão, coberto com as bandeiras de Pernambuco e do seu time de coração Santa Cruz foi colocado no caminhão do Corpo de Bombeiros. Ele foi levado ao cemitério de Santo Amaro, na área central da capital pernambucana. No local, nações de maracatu prestarão mais homenagens ao som de batuques.
Aberto ao público às 8h, o velório recebeu diversos visitantes, a maioria dando força para os irmãos de Naná, Cenilda e Jurandir Vasconcelos, além da filha Luz Morena, 16 anos, e a viúva do músico, Patrícia Vasconcelos. A filha mais velha do percussionista, Jasmin Azul, 21 anos, mora em Nova Iorque e não estará presente no sepultamento por não ter conseguido um voo a tempo.
Velório de Naná Vasconcelos reúne amigos e familiares na Alepe, no Recife
Publicado por NE10 em Quinta, 10 de março de 2016
Artistas como Claudionor Germano e Cristina Amaral também estiveram na Alepe para o velório que teve início na tarde dessa quarta-feira. Naná Vasconcelos morreu vítima de um ataque cardíaco enquanto estava internado num hospital particular do Recife, lutando contra um câncer de pulmão. A doença foi diagnosticada no ano passado e, mesmo assim, ele vinha trabalhando no lançamento de um novo CD, que agora deve ser lançado com a ajuda da viúva Patrícia Vasconcelos.
CARREIRA - Juvenal de Holanda Vasconcelos, ou Naná Vasconcelos, nasceu no Recife em 2 de agosto de 1944. O pai, músico, lhe passou o gosto pela arte e o filho começou cedo. Aos 12 anos já se apresentava em bares e participava de grupos de maracatu locais.
Naná Vasconcelos chegou a ser eleito 8 vezes o melhor percussionista do mundoFoto: JC Imagem
Naná começou a ser conhecido nacionalmente ao mudar para o Rio de Janeiro, na década de 1960, e tocar com o mineiro Milton Nascimento e o também pernambucano Geraldo Azevedo.
Em seguida, sua carreira deslanchou no exterior. Morou nos Estados Unidos e na França, compôs trilhas sonoras para filmes e recebeu oito Grammys, um dos maiores prêmios de música do mundo.
- Naná Vasconcelos vai viver em todos os batuques que soam
- Famosos lamentam a morte de Naná Vasconcelos
- Mesmo internado, Naná Vasconcelos produziu e deixa composições inéditas
- Santa Cruz presta homenagen a Naná Vasconcelos
Fruto do aprendizado informal da música, sem nunca ter cursado nível superior, em dezembro de 2015, o artista recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).