Inauguração

Teatro e galeria de arte do Parque Dona Lindu, enfim, serão abertos ao público

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Publicado em 24/03/2011 às 9:00
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Foto: Divulgação/PCR
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Teatro Luiz Mendonça tem 587 lugares

Uma obra, que para muitos não passava de um imaginário coletivo, enfim será entregue à cidade do Recife. Desde abril de 2008, quando começou a ser posto em prática, o Parque Dona Lindu, à beira-mar de Boa Viagem, na Zona Sul, se desenvolveu em meio a polêmicas, passos lentos e inúmeras inaugurações, sendo duas delas com a presença do ex-presidente Lula. Mas agora é oficial. Na noite deste sábado (26), os recifenses poderão usufruir e conhecer o patrimônio público por inteiro, com a abertura dos dois equipamentos culturais do local: o Teatro Luiz Mendonça e a Galeria Janete Costa. Nesse primeiro dia, a programação é para convidados, e a partir do domingo (27), aberta ao público.

Idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a infraestrutura de ambos os espaços tem características esculturais e geométricas, adaptadas às funções propostas. O Teatro Luiz Mendonça se mostra democrático. Das 587 poltronas da plateia, seis são reservadas para pessoas de baixa mobilidade (na primeira fila) e dez lugares são para cadeirantes. Também está incluso um elevador no espaço. Nos bastidores, são quatro camarins, sendo dois individuais e dois coletivos. O banheiro feminino tem cinco cabines e o masculino duas. Os dois têm um box especial para cadeirantes.

A diretora do teatro e também atriz Cira Ramos adiantou que está sendo discutido um projeto de acessibilidade comunicacional para portadores de deficiência visual e auditiva, “Em duas cabines, esse público também poderá apreciar os espetáculos. Uma tecnologia específica está sendo desenvolvida para isso”. As cabines estão teoricamente prontas, mas, para viabilização do projeto, faltam os equipamentos.

Um detalhe interessante: o palco do teatro é reversível para o pátio da esplanada. Segundo a futura coordenadora do parque e atual diretora do Teatro de Santa Isabel, Simone Figueirêdo, a ideia é promover apresentações internas e externas, “O show de Lenine junto à Orquestra Sinfônica do Recife, domingo (27), vai ser aberto ao público, que pode chegar até mais de três mil pessoas”. O palco possui 20 metros de largura, 6 metros de comprimento até a cortina da caixa cênica e mais 4 metros de procênio.

A iluminação, sonorização e acústica do teatro foram montadas com equipamentos de última geração. No local, também há uma tela de audiovisual e um projetor, que servirão como complemento aos espetáculos. A direção está planejando a possibilidade de exibir filmes durante a semana no local, mas nada grandioso, já que os equipamentos não são voltados para esse tipo de programação.

Para dar início às pautas cênicas, deste domingo até o dia 3 de abril, o teatro será palco para shows, espetáculos circenses e de dança, tanto para crianças como para adultos, gratuitamente. Em homenagem ao Dia Internacional do Teatro e ao Dia Nacional do Circo, comemorado neste domingo (27), a peça infantil “O Fio Mágico” abre a programação às 10h. Já a partir das 16h30, o centro de cultura e lazer do parque receberá artistas circenses.

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A coordenadora do parque garante que o final de semana posterior já terá uma nova programação para o Teatro Luiz Mendonça, também adiantando que uma convocação pública para essa discussão está acontecendo, “Estamos
conversando com a sociedade civil e representativa, com a associação de produtores culturais, com o sindicato dos artistas, entre outros órgãos, para montagem da grade de atrações”. Simone frisou, também, que as propostas estão sendo analisadas.

LUIZ MENDONÇA – Luiz Mendonça foi o primeiro diretor, autor do texto, produtor e Cristo do espetáculo “Drama do Calvário”, hoje denominado “Paixão de Cristo”, encenado em Fazenda Nova. Luiz Mendonça foi o escolhido para receber essa homenagem, nomeando o teatro do Parque Dona Lindu, pela sua importante representatividade na cultura pernambucana e brasileira. Ele faleceu em 1995.


Foto: Andréa Almeida/NE10

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Galeria abriga, na abertura, esculturas de Abelardo da Hora

A Galeria Janete Costa é dividida em dois espaços: sala principal no térreo (952,10 metros quadrados) e o mezanino (529,40 metros quadrados), o que permite a realização de exposições simultâneas. A escada que dá acesso ao andar superior tem formato elicoidal, ao estilo de Oscar Niemeyer. O espaço é todo branco. O pavilhão de exposições tem estrutura monumental com escala de pé direito duplo, que possibilita a exposição de peças maiores. O espaço ainda agrega um elevador e um banheiro.

As artes plásticas inaugurais ficarão por conta da exposição inédita “Amor e Solidariedade”, de Abelardo da Hora, com mais de 160 obras da arte moderna. A curadoria é do crítico de arte e diretor do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Renato Magalhães Gouvêa. Esculturas, cerâmicas, desenhos, e gravuras produzidas pelo artista plástico poderão ser vistas pelo público gratuitamente, do dia 27 deste mês a 5 de abril - após esse período será cobrado ingresso de R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). A mostra permanece em cartaz até o dia 30 de junho.

Na área externa, oito esculturas do artista Abelardo da Hora estão distribuídas pelo pátio do Parque Dona Lindu, podendo chegar mais, já que os últimos detalhes ainda estão sendo acertados pela coordenação.

JANETE COSTA – Janete Costa foi arquiteta, designer e pesquisadora de arte popular. Fez curadoria de várias trabalhos, nacionais e internacionais, como  a 'Expo Amazon', em Nova York (1996), 'Arte Brasileira', na França, e 'Que Chiquita Bacana', em São Paulo. Janete faleceu em 2008.

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