Aventura

Capital de mergulho em naufrágio, Recife atrai mergulhadores locais e estrangeiros

Amanda Duarte
Amanda Duarte
Publicado em 12/01/2015 às 15:30
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Melhor época do ano para a prática do mergulho no Recife vai de setembro até maio / Foto: Fernando Petean/Cortesia

Melhor época do ano para a prática do mergulho no Recife vai de setembro até maio Foto: Fernando Petean/Cortesia

Os mais de 25 navios afundados próximos à costa fazem o Recife também ser considerado a capital de mergulho em naufrágio do País. As águas quentes da cidade, com temperatura média de 27º C, e a alta visibilidade atraem turistas do Brasil e de diversas partes do mundo. Não há limites máximo de idade para praticar o esporte, precisa-se apenas ser maior de 10 anos, ter boas condições físicas e não possuir epilepsia e histórico de convulsões. Para quem está disposto a se aventurar, escolas de mergulho e cursos para iniciantes não faltam.

"Nós temos naufrágios naturais e artificiais: os naturais são aqueles que afundaram por mau tempo, bateram em outras embarcações ou encalharam. Já o parque de naufrágios artificiais conta com oito embarcações que foram afundadas para turismo de mergulho e para pesquisas de universidades", explica Edísio Rocha, 48 anos, sócio-proprietário e instrutor do Centro de Mergulho Aquáticos, na região central do Recife. Saindo do Porto do Recife, o parque fica entre uma hora e uma hora e meia de navegação. Alguns dos naufrágios mais procurados são o Pirapama, afundado há mais de 100 anos, o Flórida, o Taurus e o Mercúrius, sendo os dois últimos artificiais.

A melhor época para a prática do mergulho vai de setembro até maio. Nos meses de junho, julho e agosto, as chuvas frequentes deixam o mar agitado e a visibilidade ruim. Os ventos muito fortes também atrapalham e, por questão de segurança, as embarcações destinadas à prática quase não saem. O verão é a melhor época e quando há mais registros de turistas. Ao contratar o serviço, os mergulhadores visitam dois naufrágios. "Normalmente se visita primeiro o mais distante e depois, o mais próximo da costa, por uma questão de logística mesmo", afirma Edísio Rocha.

Para quem tem interesse em mergulhar, mas não sabe, os cursos para iniciantes duram cerca de uma semana. "Geralmente as pessoas primeiro fazem um batismo, que é um mergulho de descoberta, quando a pessoa vai com um instrutor exclusivo. Depois, quem gosta da diversão procura um curso", comenta Luiz Cabellero, 48, instrutor do Centro de Mergulho ScubaRec. Cabellero ministra aulas com duração de duas horas e meia por dia, durante cinco dias. Já no Centro de Mergulho Aquáticos, são seis dias, sendo quatro de aulas teóricas e dois dias de mergulho. Após o curso, o mergulhador é habilitado e recebe uma carteira com certificado internacional.

Segundo Luiz Cabellero, a profundidade máxima que um iniciante deve mergulhar é 25 metros. Para ir mais fundo que isso ou fazer passeios noturnos, só com mais especialização: "Durante a noite é preciso ter mais experiência para o meio não ser destruído - o mergulhador não pode bater a nadadeira num coral, por exemplo - e ainda é preciso manusear as lanternas".

Empresário Ricardo Cabral estima que já fez 40 mergulhos

Empresário Ricardo Cabral estima que já fez 40 mergulhosFoto: Ricardo Cabral/Cortesia

"Talvez o Recife seja um dos melhores pontos de mergulho do país", aponta Luiz Cabellero. Talvez por isso, a capital pernambucana atraia a atenção internacional: o Centro de Mergulho Aquáticos já registrou mergulhos de norte-americanos, argentinos, russos, alemães, ingleses e até japoneses.

Para o empresário Ricardo Cabral, 37, o mais que fascina embaixo d'água são as paisagens: "É outro mundo. Eu gosto de ver os corais e peixes". Ele começou na prática há três anos e estima que já fez 40 mergulhos. O administrador Fernando Petean, 42, também compartilha a paixão. Ele começou fazendo um batismo em Fernando de Noronha e depois fez cinco cursos de qualificação e um de manutenção de equipamentos. "Eu fiz para poder participar de mergulhos melhores, mais difíceis. Tenho paixão pelo mar e gosto de mergulhos noturnos", ressalta.

Os equipamentos necessários para se aventurar são a máscara e a nadadeira. O cilindro, colete e regulador são fornecidos pela empresa contratada para o mergulho. "Antes de mergulhar é importante conhecer a empresa, ver as instalações físicas dela, observar a embarcação que será usada e ainda verificar se os instrutores são credenciados internacionalmente", recomenda Edísio Rocha. O intrutor ainda explica que um formulário precisa ser preenchido antes do mergulho e o histórico médico também é requerido.

TUBARÃO - Apesar do litoral recifense ter registros de ataques de tubarão, o instrutor Edísio Rocha garante que não há risco de acidentes durante os mergulhos. "Nós mergulhamos em mar aberto, longe da costa, o único tubarão que avistamos lá é da espécie lixa, que não é agressivo, tem dentes pequenos e come por sucção", diz. Ainda segundo Edísio, a água em alto mar é limpa e tem bastante vida, ao contrário das águas turvas e com pouca visibilidade da costa. Os tubarões que atacam na orla têm hábito costeiro.

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Administrador Fernando Petean, 42, já fez cinco cursos de qualificação e um de manutenção de equipamentos - Fernando Petean/Cortesia
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"Talvez o Recife seja um dos melhores pontos de mergulho do país", aponta o instrutor Luiz Cabellero - Fernando Petean/Cortesia
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Para se aventurar, os equipamentos necessários são a máscara e a nadadeira - Suene Carvalho/Cortesia
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Para quem tem interesse em mergulhar mas não sabe, os cursos para iniciantes duram cerca de uma semana - Suene Carvalho/Cortesia
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Para o empresário Ricardo Cabral, 37, o mais que fascina embaixo d'água são as paisagens: "é outro mundo, eu gosto de ver os corais e peixes" - Fernando Petean/Cortesia


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