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No Dia do Aviador, conheça a rotina de quem trabalha nas nuvens

Rafael Paranhos
Rafael Paranhos
Publicado em 22/10/2016 às 16:33
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Há 17 anos que o comandante atua como piloto de aeronaves comerciais e acrobacias aéreas pelo País / Foto: Reprodução

Há 17 anos que o comandante atua como piloto de aeronaves comerciais e acrobacias aéreas pelo País Foto: Reprodução

Atenção internautas do NE10, preparem a poltrona para embarcar em uma viagem pela história de um comandante aéreo, em comemoração Dia do Aviador, celebrado neste domingo (23). Desde a criação do avião 14-Bis, modelo desenvolvido pelo brasileiro Santos Dumont, que o surgimento de novos pilotos acompanha a evolução das aeronaves como aviões ou helicópteros. Desde então, há quem tenha uma rotina diária de trabalho em um "escritório" que cruza as nuvens, com a missão de pilotar o equipamento pelos mais diversos destinos do mundo.

Quem nunca tem ou teve aquele friozinho na barriga na hora da decolagem? O comandante Dino Lincoln, de 34 anos, piloto comercial e de acrobacia aérea, não sabe nem o que é isso. Ele, que atua na área desde os 17, classifica o trabalho como uma paixão. "Muitas vezes, a rotina puxada, a ausência de casa, a exigência e as cobranças constantes não justificam. Quem trabalha na aviação simplesmente ama o que faz. Não é por dinheiro que alguém voa, é por vocação". O piloto, que se dedica atualmente ao ensino da operação no Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), conta que já comandou vários tipos de aeronaves. 

Desde os 17, que Lincoln exerce a função de pilotar aviões

Desde os 17, que Lincoln exerce a função de pilotar aviõesFoto: Dino Lincoln /Arquivo pessoal

O comandante lembra que o interesse pela aviação começou ainda na infância, quando corria em direção à janela para ver uma aeronave atravenssando o céu. "Ainda pequeno, eu já conseguia distinguir os modelos apenas pelo som. Meu quarto de criança era praticamente um laboratório aeroespacial com diversos modelos de avião, pôsters e revistas de aviação", recordou. O interesse pela aviação surgiu "desde o nascimento", como ele diz. "Existem muitos casos em que a aviação passa de pai pra filho, mas é como se estivesse no sangue", frisa.

Como cada profissão possui sua particularidade, na aviação também há questões de segurança relacionadas, sobretudo, à fadiga física. Lincoln explica que o horário de trabalho varia de acordo com cada categoria, contabilizando por horas voadas. "Normalmente são quatro a cinco dias trabalhando para cada dois ou três dias em casa. Claro, isso depende da categoria, tipo de aeronave, intensidade". Já para helicópteros, ele diz que normalmente o equipamento é utilizado para deslocamentos, não paga viagens.

'Medo saudável'

Se para muitos o medo ainda provoca um receio, para o comandante aéreo o sentimento é considerado saudável. "O medo sob controle mantém o aviador responsável. A ausência de medo traz arrogância e deixa o aviador excessivamente confiante, o que é fator contribuinte de acidentes. Porém o medo fora de controle gera o que chamamos de "cristalização", em que o piloto "trava" e não consegue reagir diante de uma situação extrema", admite.

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