Amy Winehouse chegou a se apresentar no Recife meses antes de sua morte Foto: Alexandre Severo/Acervo JC Imagem
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Com apenas dois discos lançados ainda em vida e mais dois póstumos, a cantora britânica ficou famosa com “Rehab” em 2006, música em que entoava o "no, no, no" para se livrar das clínicas de reabilitação.
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Além do hit mundial, Amy gravou canções que provam que seu talento era muito maior que seus problemas. Selecionamos 15 músicas antes da fase “Black to black” (segundo álbum da artista que a lançou ao estrelato) para você ouvir, apreciar e entender melhor o estilo tão marcante de Winehouse.
Aperte o play e conheça as músicas de Amy Winehouse antes de 'Rehab':
1. Stronger than me
Single de estreia do primeiro álbum da cantora, “Frank”, a música fala sobre um namorado que deveria ser “mais forte do que ela”. Com versos ácidos e voz limpa, ainda longe das drogas pesadas, a artista canta que o amado deveria ser o “homem da relação”, que não quer conhecer a mãe dele e precisa sempre confortá-lo quando ele precisa. No videoclipe, é possível ver uma Amy com um aspecto bastante saudável. Ironia do destino ou não, é ela quem larga o namorado completamente bêbado e volta sóbria pra casa.
2. Fuck me pumps
Também single do primeiro álbum, lançado quando Amy tinha apenas 20 anos, a canção é despojada e fala da visão da cantora sobre o estereótipo das mulheres que vão pra balada encontrar um homem rico. Com muito sarcasmo, Winehouse diz que elas usam roupas tão apertadas que não conseguem se sentar, abusam de entorpecentes e passam o resto da noite chapadas. Alguma semelhança com a Amy dos últimos anos de vida?
3. You sent me flying
Antes mesmo da dor de cotovelo do álbum “Black to black”, Amy já cantava as dores do amor não correspondido. Em “You sent me flying”, ela lamenta ter sido “chutada para escanteio” pelo amado. Em outros versos, cita o empréstimo que fez de um disco de Erykah Badu, uma de suas influências musicais, e diz odiar a si mesma pela então pouca idade.
4. What it is
A canção está presente no álbum deluxe de “Frank”. Apesar de ser uma gravação demo, vale cada segundo ouvir apenas o violão e a voz potente da britânica. Cantando a crise de uma relação, Amy versa sobre a mudança de postura do amado, que anda com outros amigos e ela sabe bem “o que isso significa”. Uma “vibe” bem Adele para chorar as pitangas.
5. Know you now
Com o ritmo marcado fortemente pela bateria, a canção aborda uma paquera de Amy, o popular “crush” nos dias de hoje. Diz que precisa conhecer o cara “agora”, pois talvez não haja outra oportunidade depois. Uma das músicas fofas do primeiro álbum da artista.
6. Half time
A música está presente no disco póstumo “Lioness: hidden treasure”, porém é resultado de um descarte após várias sessões de gravação em estúdio ao longo de sua carreira. Outra balada acústica com letra poética, Amy fala de um “intervalo” necessitado por ela, para pensar e ver as coisas por outra perspectiva. Em um dos versos, Amy elogia Frank Sinatra, outra grande inspiração musical.
7. I heard love is blind
Aqui não há rodeios: Amy traiu e confessa na canção. Para justificar o erro, ela apela para a bebida (sempre ela!) e diz que o homem com quem ficou era muito parecido com o namorado. “Eu não pude resistir a ele. Os olhos dele eram como os seus. O cabelo dele era exatamente do mesmo tom de castanho”, canta, dizendo que “ouviu dizer que o amor é cego”.
8. October song
A “canção de outubro” narra a tristeza de Amy pela perda de sou rouxinol. O pássaro, chamado de Ava, “voou para o paraíso” para cantar junto com Sarah Vaughan, mais uma artista do jazz que inspirou a jovem britânica a cantar e expressar sua arte.
9. In my bed
Uma das canções mais “safadinhas” de Amy pré-Black to black. Nela, a artista é direta e acusa o cara com quem está de não saber separar sexo de emoção. “Seu rosto é familiar, mas isso não faz seu lugar seguro na minha cama”, sentencia. Nem parece a mesma Amy que, alguns anos depois, se apaixonou perdidamente por Blake Fielder Civil, o homem que seria responsável por “apresentá-la” às drogas pesadas.
10. Brother
Outra canção “fofa” de Frank, na medida "Amy" de ser fofa, “Brother” aborda a relação da artista com seu irmão, Alex Winehouse. Na música, ela o aconselha a ser responsável e a fazer as pazes com a mãe deles. A música é uma das que ela cantou em sua primeira apresentação no festival Glastonbury, em 2004, um dos maiores do Reino Unido.
11. Mr. Magic
Outro presente da versão deluxe de Frank, a versão ao vivo desta canção mostra a empolgação de Amy por um "senhor mágico” visto por ela através da fumaça. “Todos os dias eu te vejo. Minhas mãos foram feitas para você, e você sempre me dá um ponto de vista livre de estresse”, canta. A levada animada do arranjo agrada até quem não suspeita do que ela está falando.
12. Teach me tonight (COVER)
Clássico dos standards americanos, a canção foi imortalizada pelas vozes de Frank Sinatra, Dinah Washington e Etta James e também pela de Amy, numa versão acompanhada de uma orquestra para o programa britânico Later with Jools Holland, do canal BBC.
13. All my lovin' (COVER)
A britânica também fez um cover para uma das maiores música dos Beatles. Em uma apresentação em um programa de TV, Amy canta uma versão mais lenta, estilo balada, e não faz feio.
14. The girl from Ipanema (COVER)
Também presente no álbum póstumo “Lioness: hidden treasure”, essa pérola mostra a relação da artista, influenciada pelo pai Mitch Winehouse, que a apresentou ao mundo da música ainda criança, com a bossa nova brasileira. A versão de “Garota de Ipanema” em inglês não realça tanto a beleza da poesia em português, mas ajuda os estrangeiros a entenderem melhor as composições atemporais de Vinicius e Tom.
15. Body and soul – com Tony Bennett
Música gravada para um especial do cantor americano, Body and Soul é outro clássico do jazz interpretado por grandes artistas do estilo aos longo de décadas. A versão com Amy e Bennett é um dos últimos registros em estúdio da cantora antes de seu falecimento.
+1: Documentário “Amy”
Para quem quiser saber mais sobre a vida de Amy Winehouse, uma boa chance é conferir o documentário “Amy”, de Asaf Kapadia, mesmo diretor do longa documental sobre o piloto Ayrton Senna. A produção, que ganhou um Oscar este ano, mostra depoimentos emocionantes de familiares e amigos da cantora, que confirmam o quanto Amy era especial. O filme está disponível no Netflix.
