A cantora, dona de uma voz inconfundível, em apresentação no Recife no início de 2011, ano de sua morte. Foto: Alexandre Severo / JC Imagem
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Máxima do rock, a tríade que inicia esta matéria fez parte de toda a vida da cantora britânica de jazz. O amor, sentimento profundo e por vezes avassalador, levou Amy Winehouse a lugares que ninguém, talvez nem ela mesma, tenha imaginado chegar. O relacionamento conturbado com Blake Fielder-Civil rendeu albuns como Back to Black que mesmo após dez anos de lançamento continua sendo bastante ouvido entre os jovens. Amy levou o jazz e o soul a um patamar nunca antes visto, tornando o estilo musical em algo pop.
Para Emannuel do Nascimento, de apenas 19 anos, Back to Black foi o início de tudo quando o assunto é ser fã da cantora. “Quando ela estourou com o disco eu ainda era criança, mas já assistia muito a MTV, que na época ainda era primordial para conhecer os artistas”, comenta o estudante.
A personalidade forte de Winehouse era uma marca da cantora e que trazia muitos jovens para conhecer o estilo de música “antigo” interpretado por ela. “Me encantei pelo modo excêntrico e a personalidade forte dela, embora sempre meio tímida, ela me transmitia isso”, complementa Emannuel ao falar sobre o amor pela interprete de Rehab.
A mídia contra Amy
Lidar com a fama é um desafio diário para qualquer artista, mas para Amy Winehouse era quase impossível. Assim que suas composições começaram a ser premiadas e os discos vendiam como água, a sensível jovem londrina pareceu se perder por entre cliques e flashes dos paparazzi. Foi assim que a cantora se rendeu mais e mais às drogas e ao álcool.
A rotina estressante de popstar não tinha sido uma escolha da cantora, mas uma consequência. “Nunca entendi a mídia em volta da degradação dela, era como se os fãs de Amy fossem divididos em quem gostava da música e quem queria saber da vida dela”, diz André Oliveira, outro fã que tenta compreender como Amy Winehouse rendia tanto para os tablóides.
O show em Recife
A apresentação de Amy no Recife, em janeiro de 2011, trouxe mais motivos para a mídia comentar os seus já famosos “tropeços”no palco. A cantora esqueceu partes da letra de “Boulevard of my broken dreams” e caiu durante a apresentação na capital pernambucana.
No entanto, para André Oliveira, quando Winehouse acertava uma letra, a verdadeira intérprete aparecia para o mundo. “Só dava pra lamentar quando ela errava e ficar feliz por cada aparição saudável dela. Foi muito triste de ver o povo 'comemorando' quando ela caiu no show daqui. Assim que ela errou o cover de Tony Bennett, já deu para perceber o que viria, mas quando ela acertava tudo, era incrível e a banda dela era tecnicamente perfeita sempre”, comenta o fã da cantora.
Já para Emannuel, o show na cidade valeu a pena pela oportunidade. “Fiquei bem ansioso para ir, mas no fundo eu sabia que jamais veria o melhor dela. O show foi bom, mas a voz já não era mais a mesma, não dava para ter certeza se ela estava bem de estar ali. Mas não me arrependi de ir ao show, porque pude ver ela cantando minhas musicas favoritas”, explica o estudante.
Legado musical
O que fica de Amy Winehouse mesmo após cinco anos de sua morte? Não importa se é nos serviços de streaming, nos CDs ou na antiga MTV, a voz única e as canções carregadas de intensidade são um marco para o jazz, soul e para a música pop mundial.
Amy está eterna em cada canção que compôs e nos fãs que ainda hoje a escutam com frequência. “Escuto Amy até hoje, inclusive tenho uma playlist dela no Spotify e Black to Black é o único disco que, mesmo após dez anos, eu escuto sem pular uma faixa”, encerra André.